sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SYNAESTHESIA - Rachamninov prelude in c sharp minor - Alessio Nanni from Alessio Nanni on Vimeo.

Serge Rachmaninov - Prelude in b minor - Alessio Nanni from Alessio Nanni on Vimeo.

LA MALEDICTION DU BONHOMME DANIEL from Bonhomme Daniel on Vimeo.

Birds on the Wires from Jarbas Agnelli on Vimeo.

Zoetrope Visions Timelapse Reel from Brandon Alperin on Vimeo.

La Môme from Adam Joy on Vimeo.

5 Vignettes from Adam Joy on Vimeo.

Ser Diferente

A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos.


Agostinho da Silva, 'Diário de Alcestes'

O Nosso Desejo de Liberdade não é Sincero

Se estamos todos muito bem preparados para reclamar liberdade para nós próprios, menos dispostos parecemos para reclamar sobretudo liberdade para os outros ou para lhes conceder a liberdade que está em nosso próprio poder; se conhecêssemos melhor a máquina do mundo, talvez descobríssemos que muita tirania se estabelece fora de nós como se fosse a projecção ou como sendo realmente a projecção das linhas autocráticas que temos dentro de nós; primeiro oprimimos, depois nos oprimem; no fundo, quase sempre nos queixamos dos ditadores que nós mesmos somos para os outros; e até para nós próprios, reprimindo todas as tendências que nos parecem pouco sociais ou pouco lucrativas, desejando muito que os outros nos vejam como simples, bem ajustados, facilmente etiquetáveis.

Agostinho da Silva, 'Sobre as Escolhas'

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

How I met your Father ('Cómo conocí a tu padre') from Álex Montoya on Vimeo.

Miserere/A Moving Photograph from Roger Vossenaar on Vimeo.

Bela Tarr

domingo, 20 de fevereiro de 2011

AT-AT day afternoon from Patrick Boivin on Vimeo.



Onedreamrush / Zhestkov.com from Maxim Zhestkov on Vimeo.

m_003 / Zhestkov.com from Maxim Zhestkov on Vimeo.

005 / Zhestkov.com from Maxim Zhestkov on Vimeo.

Modul / Zhestkov.com from Maxim Zhestkov on Vimeo.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dictaphone Parcel from Lauri Warsta on Vimeo.

macro kingdom from clemento on Vimeo.

Rogx from candas sisman on Vimeo.

F L U X from candas sisman on Vimeo.

SCINTILLATION from Xavier Chassaing on Vimeo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Les Foules

Il n'est pas donné à chacun de prendre un bain de multitude: jouir de la foule est un art; et celui-là seul peut faire, aux dépens du genre humain, une ribote de vitalité, à qui une fée a insufflé dans son berceau le goût du travestissement et du masque, la haine du domicile et la passion du voyage.
Multitude, solitude: termes égaux et convertibles pour le poète actif et fécond. Qui ne sait pas peupler sa solitude, ne sait pas non plus être seul dans une foule affairée.
Le poète jouit de cet incomparable privilège, qu'il peut à sa guise être lui-même et autrui. Comme ces âmes errantes qui cherchent un corps, il entre, quand il veut, dans le personnage de chacun. Pour lui seul, tout est vacant; et si de certaines places paraissent lui êtres fermées, c'est qu'à ses yeux elles ne valent pas la peine d'être visitées.
Le promeneur solitaire et pensif tire une singulière ivresse de cette universelle communion. Celui-là qui épouse facilement la foule connaît des jouissances fiévreuses, dont seront éternellement privé l'égoïste, fermé comme un coffre, et le paresseux, interné comme un mollusque. Il adopte comme siennes toutes les professions, toutes les joies et toutes les misères que la circonstance lui présente.
Ce que les hommes nomment amour est bien petit, bien restreint et bien faible, comparé à cette ineffable orgie, à cette sainte prostitution de l'âme qui se donne tout entière, poésie et charité, à l'imprévu qui se montre, à l'inconnu qui passe.
Il est bon d'apprendre quelquefois aux heureux de ce monde, ne fût-ce que pour humilier un instant leur sot orgueil, qu'il est des bonheurs supérieurs au leur, plus vastes et plus raffinés. Les fondateurs de colonies, les pasteurs de peuples, les prêtres missionnaires exilés au bout du monde, connaissent sans doute quelque chose de ces mystérieuses ivresses; et, au sein de la vaste famille que leur génie s'est faite, ils doivent rire quelquefois de ceux qui les plaignent pour leur fortune si agitée et pour leur vie si chaste.

Charles Baudelaire, Le Spleen de Paris

Noah´s Ark from Paul Johannessen on Vimeo.


F.S.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Flowers from Jack Tew on Vimeo.

Gary Hill - Around and About (1980) from gazelluloid on Vimeo.

Bill Viola's Robert Longo from Philip Kennedy on Vimeo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Prometheus - Goethe

Bedecke deinen Himmel, Zeus,
Mit Wolkendunst
Und übe, dem Knaben gleich,
Der Disteln köpft,
An Eichen dich und Bergeshöhn:
Musst mir meine Erde
Doch lassen stehn
Und meine Hütte, die du nicht gebaut,
Und meinen Herd,
Um dessen Glut
Du mich beneidest.

Ich kenne nichts Ärmeres
Unter der Sonn ais euch, Götter!
Ihr nähret kümmerlich
Von Opfersteuern
Und Gebetshauch
Eure Majestät
Und darbtet, wären
Nicht Kinder und Bettler
Hoffnungsvolle Toren.

Da ich ein Kind war,
Nicht wusste, wo aus noch ein,
Kehrt ich mein verirrtes
Auge Zur Sonne, ais wenn drüber wär
Ein Ohr, zu hören meine Klage,
Ein Herz wie meins,
Sich des Bedrängten zu erbarmen.

Wer half mir
Wider der Titanen Übermut?
Wer rettete vom Tode mich,
Von Sklaverei?
Hast du nicht alies selbst vollendet,
Heilig glühend Herz?
Und glühtest, jung und gut,
Betrogen, Rettungsdank
Dem Schlafenden da droben? .

Ich dich ehren? Wofür?
Hast du die Schmerzen gelindert
Je des Beladenen?
Hast du die Tränen gestillet
Je des Geängsteten?
Hat nicht mich zuni Manne geschmiedet
Die allmächtige Zeit
Und das ewige Schicksal,
Meine Herrn und deine?

Wähntest du etwa,
Ich sollte das Leben hasse,
In Wüsten fliehen,
Weil nicht alie Blütenträume reiften?

Hier sitz ich, forme Menschen
Nach meinem Bilde,
Ein Geschlecht, das mir gleich sei:
Zu leiden, zu weinen,
Zu geniessen und zu freuen sich,
Und dein nicht zu achten,
Wie ich!



Encobre o teu céu, ó Zeus,
Com vapores de nuvens,
E, qual menino que decepa
A flor dos cardos,
Exercita-te em robles e cristas de montes;
Mas a minha Terra
Hás-de-ma deixar,
E a minha cabana, que não construíste,
E o meu lar,
Cujo braseiro
Me invejas.

Nada mais pobre conheço
Sob o sol do que vós, ó Deuses!
Mesquinhamente nutris
De tributos de sacrifícios
E hálitos de preces
A vossa majestade;
E morreríeis de fome, se não fossem
Crianças e mendigos
Loucos cheios de esperança.

Quando era menino e não sabia
Pra onde havia de virar-me,
Voltava os olhos desgarrados
Para o sol, como se lá houvesse
Ouvido pra o meu queixume,
Coração como o meu
Que se compadecesse da minha angústia.

Quem me ajudou
Contra a insolência dos Titãs?
Quem me livrou da morte,
Da escravidão?
Pois não foste tu que tudo acabaste,
Meu coração em fogo sagrado?
E jovem e bom — enganado —
Ardias ao Deus que lá no céu dormia
Tuas graças de salvação?!

Eu venerar-te? E por quê?
Suavizaste tu jamais as dores
Do oprimido?
Enxugaste jamais as lágrimas
Do angustiado?
Pois não me forjaram Homem
O Tempo todo-poderoso
E o Destino eterno,
Meus senhores e teus?

Pensavas tu talvez
Que eu havia de odiar a Vida
E fugir para os desertos,
Lá porque nem todos
Os sonhos em flor frutificaram?

Pois aqui estou! Formo Homens
À minha imagem,
Uma estirpe que a mim se assemelhe:
Para sofrer, para chorar,
Para gozar e se alegrar,
E pra não te respeitar,
Como eu!

Johann Wolfgang von Goethe
Tradução: Paulo Quintela

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

AlchemyKA from timo on Vimeo.

Transformation from Boofa on Vimeo.

BILDER IN BEWEGUNG: Künstler & Video/Film from Institut für Kunstdokumentation on Vimeo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

En Rachâchant - Danièle Huillet & Jean-Marie Straub

Outrora ele conhecia a terra da alegria
terra que ao conhecer melhor mais esquecia
e mais e mais esquecia cada dia
E o rei cegava o rei falava como os cegos
a voz dele tinha esquinas e segredos
e à volta era o rio e os golfinhos a saltar
como quem quer brincar e o sabe fazer
e nos promete margens e promete mar
Ele então era todo como um só segredo
queria era embarcar tudo eram barcos para ele
havia múltiplas estrelas sobre as barcas belas
via correr nos corredores da noite
essa cabeça loura de mulher
que quantas vidas mais alguma vez tivesse
a não conseguiria um dia esquecer nunca mais

Ruy Belo, A Margem da Alegria

sábado, 5 de fevereiro de 2011

art from Tomasz Pilikowski on Vimeo.

"Quando um amigo morre prendemo-lo com um alfinete às suas próprias máximas, às suas declarações, matamo-lo com as suas próprias armas.
Por um lado ele permanece vivo naquilo que durante a vida nos disse a nós (e aos outros), por outro lado, matamo-lo com isso mesmo. Não temos o mínimo escrúpulo (para com ele!) no que se refere às suas declarações, às suas anotações, pensei, se não temos anotações nenhumas, porque ele muito prudentemente as destruiu, então servimo-nos das declarações dele para o destruir, pensei. Pilhamos o espólio para destruir ainda mais aquele que no-lo deixou, para matar ainda mais o morto, e, se ele não nos deixou o correspondente espólio para destruir, então inventamos um, inventamos muito simplesmente declarações contra ele, etcétera, pensei."

Thomas Bernhard, O Náufrago

Roland Kayn

Roland Kayn

Roland Kayn

Meu caro amigo:

Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros que forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas.Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence.São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.

Agostinho da Silva, Sete cartas a um jovem filósofo

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Alberto Giacometti

La Femme Au Chariot - Alberto Giacometti

L'Homme Qui Marche - Alberto Giacometti

«Na origem da beleza está unicamente a ferida, singular, diferente para cada qual, escondida ou visível, que todos os homens guardam dentro de si, preservada, e onde se refugiam ao pretenderem trocar o mundo por uma solidão temporária mas profunda.»

Jean Genet, O Estúdio de Alberto Giacometti

Edgar Varèse - Ionisation



Pierre Boulez
Ensemble InterContemporain